“Sempre faço essa grande reflexão sobre o papel da mulher na sociedade contemporânea que, muitas vezes, precisa escolher entre a carreira e a maternidade. Ainda nos tempos de hoje, temos esse impasse e, mesmo sabendo que as duas opções andam juntas, sentimos toda a pressão e angústia. Por outro lado, com o avanço da medicina reprodutiva, há como preservar a fertilidade e decidir gerar um filho, com ou sem parceiro, no seu momento”, ressalta Dra. Carla Iaconelli, especialista em Reprodução Humana.
Segundo a médica, que também é obstetra e ginecologista, sim, é possível ser mãe em diferentes etapas da vida e até após os 40 anos, claro, com cuidado e acompanhamento médico especializado.
Dra. Carla ressalta alguns tratamentos de reprodução humana que permitem a gestação depois de certa idade, com mais segurança e mais chances de sucesso. Porém, estatisticamente as chances de engravidar de forma natural após os 40 anos são muito baixas quando comparadas às mulheres com menos de 35 anos.
Algumas alternativas para as tentantes são a Relação Programada, Inseminação intrauterina;Fertilização In Vitro (FIV) e Ovodoação.
A especialista em Reprodução Humana ainda explica também que os óvulos podem ser mantidos congelados por tempo indeterminado. A técnica laboratorial é chamada vitrificação.
“O congelamento acontece de forma rápida, o óvulo é congelado de forma abrupta após exposição a substância crioprotetora, um passo importante pois evita que sejam formados cristais e que o óvulo degenere no processo”, ressalta Iaconelli.
Carla enfatiza que esta técnica foi o grande salto nos tratamentos da medicina reprodutiva, pois permitiu a disseminação da possibilidade de congelar os óvulos com segurança pelas e com perdas mínimas de material, além disso, a taxa de recuperação de óvulos pós descongelamento em bons laboratórios é em torno de 90%.
Em relação aos tratamentos da Reprodução Humana, Dra. Carla diz também que sobre alguns de baixa e alta complexidade. A Fertilização in vitro (FIV), por exemplo, é um dos procedimentos mais conhecidos e bem-sucedidos, que envolve a coleta de óvulos e espermatozoides.
“Para utilizarmos os óvulos congelados, a gestação deverá ser através de FIV, de acordo com a especialista. Alternativas possíveis, são a Inseminação Intrauterina (IIU), em que o esperma é inoculado no útero da mulher (considera-se também pacientes que desejem reprodução independente), e a doação de óvulos ou esperma, e ainda de doação embriões”, completa a médica.
Para finalizar Dra. Carla Iaconelli lista alguns alertas:
· A infertilidade é definida quando o casal não consegue engravidar de maneira natural, após 12 meses de tentativas, mantendo relações sexuais periodicamente e sem o uso de preservativo. Mas após os 35 anos esse período cai para 6 meses.
· Esses fatores podem ser tanto de origem feminina quanto masculina. Para a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), 35% dos casos são relacionados à mulher, 35%, relacionados ao homem, 20% a ambos e 10% permanecem desconhecidos. Assim, é importante que o homem também se submeta a uma avaliação de fertilidade junto com a mulher para que aumente as chances de gravidez.
· A mulheres que desejam ser mãe solo, pais solo, casais homoafetivos, assim como pessoas trans também estão no grupo de pessoas que devem procurar aconselhamento reprodutivo com um especialista em reprodução humana assistida, uma vez que as técnicas estão à disposição de todas as famílias.
· Uma pesquisa realizada pela Redirection International revela que o setor da medicina reprodutiva do Brasil deve crescer em média 3% ao ano até 2026. Hoje, o mercado nacional movimenta R$ 1,3 bilhão e deve chegar a pouco mais de R$ 3 bilhões.