Em cartaz com “Peter Pan”, ator e repórter teen Giu Cota é internado e acende alerta sobre o uso excessivo de descongestionante nasal

O ator, apresentador do podcast PodCota e colunista da Vi Magazine e do portal Sou+PopTV | 14 anos


Nos bastidores do espetáculo “Peter Pan”, em cartaz no tradicional Teatro Bibi Ferreira, ninguém imaginava que o jovem ator, repórter e apresentador Giu Cota estava enfrentando um dos momentos mais delicados da sua vida. Aos 14 anos, além de comandar o PodCota, um podcast voltado ao público jovem, também assina colunas em portais como Sou+PopTV e Vi Magazine — mas, nesta semana, a notícia sou é ele mesmo.


Desde o último sábado, está  internado no Hospital Infantil Sabará, referência nacional em pediatria, após uma transferência do Hospital Santa Marcelina, em Itaquera. O motivo? Uma grave alteração nos sinais vitais: pressão arterial altíssima (chegando a 18×11) e batimentos cardíacos extremamente acelerados (152 bpm), sintomas que exigiram investigação médica urgente.


Um sinal de alerta


“Sou diagnosticado com disautonomia, condição que afeta funções automáticas do corpo como pressão e batimentos cardíacos. Por isso, inicialmente, achamos que fosse mais uma crise comum. Mas não era”.


Na quinta-feira, senti um calor estranho no corpo. Medimos a pressão em casa e o susto foi grande. Com orientação da minha médica, a cardiologista Dra. Hindalis Ballestero Epifanio, suspendemos a medicação que costumo usar. Mas na sexta o quadro piorou.


Já no Santa Marcelina, exames detectaram nistagmo — movimentos involuntários dos olhos que podem sinalizar problemas neurológicos. Fui imediatamente internado e, após uma tomografia sem alterações, transferido para o Sabará, onde estou sendo cuidado com carinho e atenção pelo hebiatra Dr. Rodrigo Rodrigues.


Durante os exames e conversas com os médicos, um “possível” vilão começou a surgir: o uso contínuo e excessivo de descongestionante nasal, algo comum na minha rotina.


Quando o alívio vira ameaça


Embora ainda não exista confirmação laboratorial de causa e todos os exames estejam sendo feitos com cautela, os indícios apontam para o uso abusivo de sprays nasais à base de vasoconstritores, como o cloridrato de nafazolina — princípio ativo presente em muitos descongestionantes vendidos sem prescrição médica.


No meu caso, o consumo médio era de até 10 frascos por mês. E esse uso prolongado pode gerar consequências sérias, como:


* Hipertensão arterial
* Taquicardia
* Alterações neurológicas (como o nistagmo)
* Reações de rebote e dependência química nasal


Principalmente em pessoas com condições como disautonomia, os efeitos podem ser ainda mais perigosos.


“O spray parecia meu aliado. Era parte da minha rotina. Mas pode ter se tornado o inimigo silencioso. O risco mora justamente na banalização do uso.”
— Giu Cota


Uma mensagem para todos


O que estou vivendo pode estar acontecendo com muitas pessoas sem que elas saibam. Em tempos de rinite, sinusite, poluição e mudanças de temperatura, é comum que adolescentes e adultos recorram aos descongestionantes de forma contínua — sem saber o quanto isso pode ser tóxico para o corpo.


Venda livre não significa uso livre de riscos. Medicamentos devem sempre ser orientados por médicos. E o corpo dá sinais de alerta — no meu caso, a conta veio em forma de pressão nas alturas, olhos alterados, internação e muitos sustos.


Informação também é cura


Estou me recuperando com o apoio da equipe médica e o carinho da minha família. Continuo acompanhado pela minha médica de confiança, Dra. Hindalis, e agora sob os cuidados do Dr. Rodrigo, no Sabará. Mas sei que tudo poderia ter sido ainda mais grave.


Como comunicador, ator e apresentador, acredito que a informação pode salvar vidas. E, por isso, deixo aqui esse relato. Converse com seu médico. Reveja seus hábitos. E nunca subestime os riscos de qualquer medicamento, mesmo os vendidos sem receita.